Trecho Importante de Uma Entrevista
ENTREVISTA À REVISTA BIBLIOO cultura informacional
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C. P.: Com relação à história como pano de fundo, como o senhor mesmo coloca. Neste sentido, o Bruxo do Contestado seria a sua obra máxima?
G. O. N.: Eu acho que acaba sendo, porque essa obra máxima não vem da gente; vem da crítica. Realmente é o livro que teve uma repercussão muito grande; trouxe também três momentos: a Guerra do Contestado, de [19]12 a [19]16, [19]39 a [19]45, a Segunda Guerra Mundial, e nos anos [19]70, o fim da ditadura.
Essa questão do Contestado do cenário iluminado que é mais internacionalizado que Canudos, porque aconteceu em pleno período da Primeira Guerra Mundial. Algumas armas foram inclusive testadas naquele conflito. Armas que seriam utilizadas na [2ª] Guerra Mundial. Foi a primeira vez que se empregou aviões de guerra no Brasil.
A guerra se deu ali, na fronteira mesmo com a Argentina. O Brasil deslocou 7 mil soldados para a região, e nunca se fala que a Argentina também fez – é óbvio, faz parte diplomacia – de quando um país desloca a tropa para a fronteira, outro país também descola, mas você não encontra isso, houve uma certa… Se agente trás pra frente a questão do Contestado, volto a falar dessa história da Segunda Guerra Mundial, da família Matarazzo, dessa condecoração fascista, que na época não tinha uma conotação, digamos, negativa; mas era um regime populista, de direita. Pra se ter ideia, a gente condecorou o maior industrial brasileiro da época. O segundo momento fala também dessa época, da Segunda Guerra Mundial, e dentro da ideia que se chama de narrador pós-moderno, ele vem até os dias atuais, no final do século XX, com a proposta de falar um pouco da questão ditadura, do exílio, e tangenciando a questão do Movimento dos Sem Terra. Essa questão da terra já apareceu, que é um problema dramático, essa questão da terra.
Por conta da abolição da escravidão, Joaquim Nabuco [Abolicionista] propôs que cada escravo liberto levasse para casa um cavalo, um saco de semente e principalmente que recebesse um pedaço de terra grande o suficiente para ele se sustentar e sustentar sua família, inclusive até vender parte dessa produção no mercado informal, seria já o início de um crescimento interno. Essa lei perdeu no nosso Congresso. Essa questão se arrasta. Acho que tanto Canudos quanto Contestado, depois Caldeirão, no Ceará, são três movimentos semelhantes, que eu e meu colega Claudio Aguiar, que escreveu um livro sobre Caldeirão, chamamos de “Canconcal”: Canudos, Contestado e Caldeirão.
Essa questão do Contestado do cenário iluminado que é mais internacionalizado que Canudos, porque aconteceu em pleno período da Primeira Guerra Mundial. Algumas armas foram inclusive testadas naquele conflito. Armas que seriam utilizadas na [2ª] Guerra Mundial. Foi a primeira vez que se empregou aviões de guerra no Brasil.
A guerra se deu ali, na fronteira mesmo com a Argentina. O Brasil deslocou 7 mil soldados para a região, e nunca se fala que a Argentina também fez – é óbvio, faz parte diplomacia – de quando um país desloca a tropa para a fronteira, outro país também descola, mas você não encontra isso, houve uma certa… Se agente trás pra frente a questão do Contestado, volto a falar dessa história da Segunda Guerra Mundial, da família Matarazzo, dessa condecoração fascista, que na época não tinha uma conotação, digamos, negativa; mas era um regime populista, de direita. Pra se ter ideia, a gente condecorou o maior industrial brasileiro da época. O segundo momento fala também dessa época, da Segunda Guerra Mundial, e dentro da ideia que se chama de narrador pós-moderno, ele vem até os dias atuais, no final do século XX, com a proposta de falar um pouco da questão ditadura, do exílio, e tangenciando a questão do Movimento dos Sem Terra. Essa questão da terra já apareceu, que é um problema dramático, essa questão da terra.
Por conta da abolição da escravidão, Joaquim Nabuco [Abolicionista] propôs que cada escravo liberto levasse para casa um cavalo, um saco de semente e principalmente que recebesse um pedaço de terra grande o suficiente para ele se sustentar e sustentar sua família, inclusive até vender parte dessa produção no mercado informal, seria já o início de um crescimento interno. Essa lei perdeu no nosso Congresso. Essa questão se arrasta. Acho que tanto Canudos quanto Contestado, depois Caldeirão, no Ceará, são três movimentos semelhantes, que eu e meu colega Claudio Aguiar, que escreveu um livro sobre Caldeirão, chamamos de “Canconcal”: Canudos, Contestado e Caldeirão.
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